4 de noviembre de 2015

Visões da América, Sonoridades da América


XII Congreso de la Asociação Internacional para o Estudo da Música Popular
Seção Latinoamericana
7 al 11 de março de 2016
Habana, Cuba

Visões da América, Sonoridades da América

SEGUNDA CIRCULAR

Caros colegas:
Temos a satisfação de anunciar os simpósios aprovados para o XII Congresso da Seção Latino-Americana da Associação Internacional para o Estudo da Música Popular (IASPM-AL), a realizar-se entre os dias 7 a 11 de março de 2016, na Casa das Américas, em Havana.
Como anunciado na Primeira Circular, os simpósios são a forma privilegiada de participação, pois facilitam a conformação e ou desenvolvimento dos grupos de trabalho. Esses simpósios são coordenados por dois pesquisadores/as de duas instituições distintas e se espera que propiciem espaços de discussão articulada que permitam maior aprofundamento na abordagem de suas várias temáticas. Além dos simpósios, foram definidos também quatro eixos complementares com outras temáticas de relevância.
As propostas de comunicação para os simpósios deverão ser submetidas, para avaliação, diretamente aos coordenadores de cada um deles, ao passo que as propostas de comunicação para os eixos temáticos deverão ser enviadas ao endereço iaspm.al2016@casa.cult.cu. Só será admitida UMA PROPOSTA de comunicação pro participante, salvo o caso em que uma segunda proposta seja em coautoria e ambas encaminhadas aos simpósios. O tempo de exposição das comunicações para todos os participantes será de 20 minutos.
Todas as propostas de comunicação deverão conter entre 450 e 500 palavras, incluindo quatro referências bibliográficas e uma clara hipótese de trabalho. Deve-se incluir o nome completo dos autores, suas filiações institucionais e e-mails. Deve-se utilizar a fonte Times New Roman tamanho 12. Ao enviar a proposta por e-mail, deve ter no "assunto" da mensagem se vai a um simpósio (Simp1_, Simp2_, Simp3_…) ou a um eixo (Eixo1_, Eixo2_, Eixo3_...) e incluir as primeiras quatro palavras do título da comunicação.


O prazo para o envio de propostas de comunicação (tanto aos simpósios quanto aos eixos temáticos) encerra-se no dia 25 de novembro. Os resultados serão publicados no em 18 de dezembro tanto na página web da Associação (www.iaspmal.net) como no portal da Casa das Américas (www.casadelasamericas.org).
É importante ressaltar que para participar do congresso é obrigatório ser associado à IASPM-AL e estar em dia com o pagamento das anuidades. NÃO HAVERÁ COMO SE ASSOCIAR À IASPM-AL DURANTE O CONGRESSO, sendo possível somente efetuar pagamento de inscrição junto ao comitê organizador local. “Estar em dia” significa ter pago a cota anual de 2015. A data limite para se associar e pagar o ano de 2015 é 31 de dezembro próximo. Para efetuar o pagamento, escreva para o endereço tesoreria.iaspm.al@gmail.com, pelo qual serão fornecidas as informações completas.
A seguir, está a relação dos simpósios aprovados e dos eixos temáticos. Mais abaixo, encontra-se a descrição detalhada de cada um deles.
Simpósios:
1) “Música popular do Brasil e da Hispanoamérica: diálogos, trânsitos, interações
Coordenadoras: Cláudia Neiva de Matos (Universidade Federal Fluminense y Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil) y María Eugenia Domínguez  (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil)
Correios eletrônicos: laparole@terra.com.br y eugison@yahoo.com
2) “A música da diáspora africana na América Latina”
Coordenadoras: Maria Ximena Alvarado Burbano (Universidad del Valle, Colombia) y Denise Barata (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil)
3) “Sobre héroes y tumbas: Historias hegemónicas e historias alternativas de la música popular latinoamericana”
Coordenadores: Marita Fornaro (Departamento de Musicología, Centro de Investigación en Artes Musicales y Escénicas del Litoral Noroeste de la Universidad de la República, Uruguay) y Julio Mendívil (Center for World Music, Universidad de Hildesheim, Alemania)
Correios eletrônicos: diazfor@adinet.com.uy y mail@juliomendivil.de
4) “Historia y memoria de la música popular en América Latina”
Coordenadores: Víctor Rondón (Facultad de Artes, Universidad de Chile) y Juliana Pérez G. (Departamento de Historia Social, Universidad de São Paulo, Brasil)

5) Música y Política
Coordenadores: Tânia Garcia (Universidade Estadual Paulista, São Paulo, Brasil) y Adalberto Paranhos (Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, y Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil)
Correios eletrônicos: garcosta@uol.com.br y akparanhos@uol.com.br
6) “Música e identidades regionales: transformaciones, contraposiciones y desafíos a las identidades nacionales latinoamericanas”
Coordenadores: Ana Romaniuk (Universidad Nacional de Cuyo, IESH-Universidad Nacional de La Pampa) y María Luisa de la Garza (Centro de Estudios Superiores de México y Centroamérica, Universidad de Ciencias y Artes de Chiapas)
7) “A obra dos compositores/criadores da música popular latino-americana sob o enfoque do hibridismo
Coordenadores: Paula Mesa (Facultad de Bellas Artes, Universidad Nacional de La Plata, Argentina) y Herom Vargas (Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Brasil)
8) “Jazz e outras músicas na América Latina: o jazz na encruzilhada”
Coordenadores: Berenice Corti (Instituto de Investigaciones en Etnomusicología de Buenos Aires y Universidad de Buenos Aires, Argentina); Alvaro Menanteau (Escuela Moderna de Chile); Miguel Vera Cifras (Radio Universidad de Chile y Universidad Alberto Hurtado) y Marilia Giller (Universidade Estadual do Paraná, Brasil)
9) “Gênero, corpo e pós-colonialidade na música popular”
Coordenadoras: Isabel Nogueira (Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil), Laila Rosa (Universidade Federal da Bahia, Brasil) y Susan Campos Fonseca (Universidad de Costa Rica)
10) Fazer e Aprender. As Performances de Gênero na e com a Música
Coordenadores: Thiago Soares (Universidade Federal de Pernambuco, Brasil), Mercedes Liska (Universidad de Buenos Aires, Argentina), Carolina Spataro (Universidad de Buenos Aires, Argentina) y Malvina Silva (Universidad de Buenos Aires, Argentina)
11) A produção e o arranjo: composições estéticas, técnicas e sociais
Coordenadores: Frederico Machado de Barros (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil), Jonas Soares Lana (Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil) y Vassili Rivron (Université de Caen-Basse Normandie / Institut de Recherche en Informatique et Automatique, Francia)
12) Alejo Carpentier e o estudo das paisagens (sonoras) midiáticas: de Visão da América à contemporaneidade
Coordenadoras: Marita Fornaro (Universidad de la República, Uruguay); Heloísa Valente (Universidade Paulista, Brasil) y Martha Ulhôa (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Brasil)

Eixos temáticos:
1) A América Latina e sua relação musical com o mundo
2) Música popular e pedagogia musical na América Latina
3) Músicas populares subalternas ou marginalizadas
4) Cancioneiros, gêneros musicais e complexos genéricos na América Latina

Atenciosamente,
A diretoria da IASPM-AL e os comitês organizadores do XII Congresso

Diretoria (2014-2016)                                                Comitê organizador local
Julio Mendívil (Perú) – presidente                   Jesús Gómez Cairo (Museo Nacional de la Música)
Herom Vargas (Brasil) – vicepresidente                       María Rosa Hernández (Universidad de las Artes ISA)
Ma. Luisa de la Garza (México) – secretaria               Laura Vilar (CIDMUC)
Berenice Corti (Argentina) – tesorera                           Orlando Vistel  (Instituto Cubano de la Música)
Heloísa Valente (Brasil) – editora                    María Elena Vinueza (Casa de las Américas)
                                       
Comitê de lectura                                                               Comitê acadêmico
Ma. Luisa de la Garza (México)                                        José Luis Fernández (Argentina)
Liliana González Moreno (Cuba)                                       Cláudia Matos (Brasil)
Lauro Meller (Brasil)                                                             Julio Mendívil (Perú)
Simone Luci Pereira (Brasil)                                                Álvaro Neder (Brasil)
Carolina Santamaría (Colombia)                                       Juan Francisco Sanz (Venezuela)
Mónica Vermes (Brasil)                                                      María Elena Vinueza (Cuba)





Simpósios com ementas, coordenadores e bibliografia de referência:
1) Música popular do Brasil e da Hispanoamérica: diálogos, trânsitos, interações
Coordenadoras: Cláudia Neiva de Matos (Universidade Federal Fluminense y Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil) y María Eugenia Domínguez  (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil)
Correios eletrônicos: laparole@terra.com.br y eugison@yahoo.com
A maior parte do território compreendido sob a denominação de América Latina é formado por nações onde se fala, além de línguas indígenas, o espanhol − nos países que vão desde o extremo sul do continente americano até o México – e o português – no Brasil. Na maioria desses países, a população e a cultura resultam da mistura de autóctones e africanos e seus descendentes com os colonizadores portugueses e espanhóis. Vizinhos em sua península de origem, estes tinham muitos pontos de confluência e similaridade, mas também elementos de conflito e diferenciação. A diferença idiomática, que era um dos pontos mais nítidos de distinção, permanece como importante traço da fronteira que separa a América hispânica continental e caribenha, com todas as suas diversidades internas, e o Brasil, com seu vasto território e sua variedade cultural. O fato de a IASPM-AL reunir Américas hispânicas e portuguesas é motivação e suporte para que pensemos nossas relações tais como se manifestam na música popular. Por isso este simpósio propõe uma reflexão sobre os diálogos, trânsitos e interações surgidos e praticados entre a música hispano-americana e a música brasileira. O objetivo é reunir trabalhos que examinem, em perspectiva comparada, linguagens e configurações das músicas populares dos dois conjuntos geopolíticos; e os modos como, através dos processos de criação, circulação e consumo de música popular, são elaborados contrastes e continuidades entre o Brasil e a Hispanoamérica.
No âmbito dessa proposta, podem ser tratadas questões como:
  • Recepção, consumo e apropriações da música brasileira na América Hispânica e da música hispano-americana no Brasil.
  • Repertórios hispano-americanos gravados por intérpretes brasileiros e vice-versa: gravações nas línguas originais e traduções; versões cantadas e instrumentais; performances inovadoras, cover e paródia.
  • Estudos acadêmicos, crítica jornalística, material mediático (rádio, cinema, televisão) sobre música popular dos países americanos de língua espanhola produzidos no Brasil e vice-versa.
  • Associações, parcerias e obras conjuntas de compositores e/ou intérpretes hispano-americanos e brasileiros.
  • Imagens e representações do Brasil na canção hispano-americana e imagens de latinoamericanidade na canção brasileira.
  • A canção militante, de temática social e política: relações entre a canção de protesto brasileira, a nueva canción do Cone Sul e a nueva trova cubana.
  • Gêneros musicais: difusão, migração, reelaboração, hibridismo e diversificação. Expansão e processamento de gêneros referenciais, como o bolero e a  bossa-nova.
  • Poéticas hispano-americanas e brasileiras para gêneros configurados na América do Norte (jazz, rock, hip-hop, reggae, etc), em perspectiva comparada.
  • Música e lugar: limites geopolíticos e sua transgressão; elaboração de imaginários nacionais, transnacionais e/ou regionais através da música popular.
  • Turnês, migrantes, viajantes e visitantes: presença de artistas do campo lusófono no campo hispânico e vice-versa.
  • Músicas indígenas e negras na música popular do Brasil e da Hispanoamérica.
Referências bibliográficas:
GONZÁLEZ, Juan Pablo. 2013. Pensar la música desde América Latina. Buenos Aires: Gourmet Musical.
KARTOMI, Margaret J. 1981. The Processes and Results of Musical Culture Contact: A Discussion of Terminology and Concepts. Ethnomusicology, Vol. 25, No. 2 (May, 1981), pp. 227-249. University of Illinois Press / Society for Ethnomusicology.
MENEZES BASTOS, Rafael J. de. 1999. Músicas latino-americanas hoje: musicalidade e novas fronteiras. In TORRES, Rodrigo (ed.). Música popular en América Latina: Actas del II Congresso Latinoamericano IASPM, pp. 17-39. Santiago de Chile: FONDART.
RAMOS, Víctor Hugo. 2012. La identidad latinoamericana: proceso contradictorio de su construcción-deconstrucción-reconfiguración dentro de contextos globales. Universitas Humanísticas, nº 73,  Bogotá, Jan.-Jun. 2012. http://www.scielo.org.co/pdf/unih/n73/n73a02.pdf
GARRAMUÑO, Florencia. 2007. Modernidades primitivas: tango, samba y nación. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.
2) “A música da diáspora africana na América Latina”
Coordenadoras: Maria Ximena Alvarado Burbano (Universidad del Valle, Colombia) y Denise Barata (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil)
Entre os séculos XVI e XIX, mais de 12,5 milhões de africanos foram escravizados e levados para as Américas e Europa, provocando um dos maiores deslocamentos populacionais da história da humanidade. A diáspora africana proporcionou um intenso trânsito simbólico e o estabelecimento de uma cultura cheia de similaridades nas Américas. “(…) Eles foram para todos os lugares: de Buenos Aires a Colômbia e Peru, ao vasto Caribe, assim como Suriname e as Guianas, e a região costeira dos Estados Unidos, de Nova Orleans a Nova Iorque, até alcançarem, finalmente, a Nova Escócia, no Canadá” (Vansina 2009: 7).
Ao serem retirados da África, sem nenhuma bagagem material, os africanos trouxeram seus corpos e suas vozes, encontrando aqui uma nova forma para construir em suas identidades, que não se constituiu apenas pelas palavras, mas também pela dança, música e cultos.
Restringindo-nos à música, são perceptíveis os estilhaços de um imenso caleidoscópio diaspórico americano pleno de sonoridades que não se deixaram aprisionar. São as vozes e sonoridades moventes da Cumbia, Currulao, Juga, Bunde, Abozao, Patacoré na Colômbia; da Rumba, Son Cubano, Son Montuno em Cuba; do Merengue na República Dominicana; da Bomba e Plena, em Porto Rico; da Zamacueca e Festejo no Peru; do Albazo no Equador; da Chacarera, Chamamé, Milonga e Tango na Argentina; da Cueca no Chile; da Saya na Bolívia; do Candombe e Murga no Uruguai; do Calango, Jongo, Folia de Reis, Coco, Embolada, Tambor de Crioula, Partido Alto e Samba no Brasil; entre tantos outros.
Todos esses ritmos são um claro testemunho do legado da diáspora africana nas sonoridades dos nossos repertórios musicais. Suas evidencias estão, por exemplo, nas características físicas de instrumentos como tambores, bumbos, cununos, marimba de chonta; na diferenciação por sexo de instrumentos de percussão e de sopro como tambores e gaitas masculinas e femininas; na importância do caráter percussivo das músicas; na conexão intensa entre música, dança e corpo; na importância dos tempos fracos sobre os fortes; na presença contínua das síncopas; nas flexibilidades rítmicas; no caráter cíclico dos padrões rítmicos; na forma de compornoato (conhecido como improvisação); na estreita relação música e ancestralidade; assim como entre tantos outros elementos que encontram eco ao largo do território latino-americano.
A partir do exposto, convidamos pesquisadores e pesquisadoras que pretendam estabelecer um diálogo entre os diferentes repertórios musicais da América Latina que evidenciem o aporte cultural trazido do continente africano, e que com o transcorrer do tempo, continuam latentes nas memórias, corpos, celebrações, danças e rituais dos países latino-americanos.
Referências bibliográficas:
ALVARADO, Maria Ximena. Currulao: Análise etnomusicológica para o gênero representativo do Pacífico sul colombiano. Dissertação. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.
BARATA, Denise. Samba e Partido Alto: Curimbas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2012.
KUBIK, Gerhard. The Emics of African Musical Rhythm. Cross Rhythms Occasional Papers in African Folklore/Music. Indiana University: Bloomington. v. 2. p. 26-66, 1985.
PINTO, Thiago de Oliveira. As Cores do Som: Estruturas Sonoras e Concepção Estética na Música Afro-Brasileira. In: África. Revista do Centro de Estudos Africanos. USP, São Paulo. 22-23:87-109. 2000.
VANSINA, Jan. Prefácio. In: HEYWOOD, Linda M (org.). Diáspora Negra no Brasil. São Paulo: Contexto, 2009.
3) “Sobre héroes y tumbas: Historias hegemónicas e historias alternativas de la música popular latinoamericana”
Coordenadores: Marita Fornaro (Departamento de Musicología, Centro de Investigación en Artes Musicales y Escénicas del Litoral Noroeste de la Universidad de la República, Uruguay) y Julio Mendívil (Center for World Music, Universidad de Hildesheim, Alemania)
Correios eletrônicos: diazfor@adinet.com.uy y mail@juliomendivil.de
Ya sea a través de publicaciones o programas de estudio, de la organización de festivales o subvenciones para conciertos e investigaciones, los estados nacionales latinoamericanos forjaron en el siglo XX cánones musicales mediante cierto tipo de historias de la música que los legitimaban. Mas, como Philip Bohlman ha anotado, todo canon excluye a la vez que incluye (1992: 128), produciendo de este modo aquello que Michael Iyanaga recientemente ha tildado de narrativas silenciadas (Iyanaga 2015: 185). Ya en los años 70 Robert M. Stevenson ponía al descubierto que, mientras que las historias de la música escritas en Estados Unidos tendían a excluir el período prehispánico en sus narrativas, este ocupaba siempre un espacio —aunque modesto— en aquellas escritas más al sur del continente (Stevenson 1970: 2-59), mostrando que, efectivamente, cada visión histórica conlleva una política de presencias y ausencias.
Retomando dicho espíritu analítico, queremos reflexionar en este simposio sobre los criterios que han marcado el derrotero seguido por los historiadores de la música en América Latina. Nos interesa interpelar a través de estudios de casos:
     ¿Qué historias de la música o de géneros musicales se han escrito desde una posición hegemónica en América Latina y qué tipo de discursos han impuesto dichas historias?
     ¿Cómo se insertan este tipo de historias en la construcción de la nación moderna latinoamericana?
     ¿Qué tipo de fuentes se han privilegiado en la construcción de estas visiones hegemónicas?
Paul Veyne ha sugerido que la historia no explica y que sus “explicaciones” no remiten a un principio que haría el acontecimiento inteligible, sino que expresan el sentido que el historiador da a un relato (Veyne 1971: 70). Vista desde esta perspectiva, la historia no es sino un discurso condicionado por las preferencias epistemológicas e ideológicas de quien la escribe. Así, poner al descubierto dichas implicancias nos ayuda a ver críticamente sus políticas de inclusión y exclusión. En ese sentido, nos interesa discutir también aquellas narrativas que los discursos oficiales no han  logrado condenar al silencio plenamente, preguntándonos:
     ¿Qué historias han sido acalladas a través de la canonización de otras historias de la música latinoamericana?
     ¿Cómo son esas narrativas alternativas sobre música, culturas o géneros musicales en América Latina?
     ¿Qué filosofía de la historia llevan implícitas?
     ¿De qué tipo de registro se han valido para contrarrestar el silenciamiento impuesto desde arriba?
El simposio aceptará estudios de caso relacionados con historias de la música latinoamericana, ya sean estas de carácter hegemónico o alternativo. Asimismo, la revisión crítica de textos históricos, analizándolos en función a las interrogantes propuestas líneas arriba. Los resúmenes que no correspondan con los requisitos formales o de contenido serán rechazados. La extensión del trabajo final no deberá exceder las 8 páginas a doble (o el equivalente a 20 minutos de lectura), y deberá ser enviado a los coordinadores antes de la realización del simposio.
Referências bibliográficas:
BOHLMAN, Philip. 1992. Ethnomusicology’s Challenge to the Canon; the Canon’s Challange to Ethnomusicology. In: Katherine Bergeron and Philip Bohlman (ed.), Discipling Music. Musicology and Its Canon. Chicago & Londres: The University of Chicago Press, p. 116-136.
IYANAGA, Michael. 2015. On Flogging the Dead Horse, Again: Historicity, Genealogy, and Objectivity in Richard Waterman‘s Approach to Music. In: Ethnomusicology. Vol. 59 (2), p. 173-201.
VEYNE, Paul. 1971. Cómo se escribe la historia. Madrid: Alianza Editorial.
STEVENSON, Robert M. 1970. Philosophies of American Music History. Washington:  Library of Congress & The Louis Charles Elson Memorial Foundation.
4) “Historia y memoria de la música popular en América Latina”
Coordenadores: Víctor Rondón (Facultad de Artes, Universidad de Chile) y Juliana Pérez G. (Departamento de Historia Social, Universidad de São Paulo, Brasil)
En su momento, fueron poco discutidas afirmaciones como aquella de E. J. Hobsbawm en 1959 cuando señalaba que “en todas partes, la segunda mitad del siglo XIX fue un período revolucionario en las artes populares, aunque esto haya pasado desapercibido para ciertos observadores ortodoxos snobs” (Hobsbawm 1990: 159). Tampoco fueron debatidas las apreciaciones de W. D. Allen (1962) quien al reseñar la primera edición de la historia de la música occidental de D. J. Grout (1960) lamentaba que su autor sólo se hubiera preocupado por la música escrita y hubiera ignorado “aquellos procesos de la historia de la música, como la improvisación en las músicas folclóricas y populares, sin las cuales nuestro arte musical jamás habría podido desarrollarse” (1962: vii).
Todo indica que la entrada de la música popular como objeto de estudio académico es reciente, particularmente en la historia de la música realizada desde la Musicología y la misma disciplina histórica. No obstante, sabemos que los textos académicos fueron antecedidos por relatos y memorias colectivas que le otorgaron un sustrato histórico a algunas prácticas de la música popular. Esto significa que antes de que fuera interés de musicólogos e historiadores de formación, ya venían circulando relatos de trasfondo histórico, anclados en otros diversos saberes.
Este simposio propone trabajar la historiografía de la música popular básicamente desde los complejos caminos de la Historia y la Memoria. A pesar de que tradicionalmente fueron entendidas como de naturalezas diferentes, teóricos como P. Ricoeur y D. Lowenthal han reflexionado sobre los complejos vasos comunicantes que hay entre algunas concepciones de Historia y ciertas conceptualizaciones de Memoria. Este simposio abre un espacio para discutir la forma como se ha construido la historia de la música popular del continente latinoamericano, a la luz de este binomio.
Interesan reflexiones actuales sobre trabajos realizados dentro y fuera de la academia, cuya preocupación fue desvelar el pasado musical de alguna práctica popular. Pueden ser analizados estudios adscritos al folclor, de tipo periodístico y crónicas de melómanos, discursos musicales, o de historiadores, musicólogos y etnomusicólogos, entre otros. Básicamente proponemos analizar problemas comunes a toda “operación historiográfica”, en términos de M. de Certeau. Por ejemplo, elección de fuentes primarias; conformación de acervos documentales; centralidad del material musical en sí; definición de categorías analíticas; explicación de cambios y continuidades históricas; preferencias cronológicas o aspectos relacionados con sus autores y su época como difusión y recepción de sus obras; contextos sociales y culturales; debates intelectuales de su momento, etc.
En resumen, invitamos a pensar, en ponencias monográficas o panorámicas, sobre la variada producción historiográfica de la música popular a partir de la problemática Historia y Memoria que, a nuestro ver, ayuda a la comprensión de aspectos epistemológicos comunes a toda “operación historiográfica”.
Referências bibliográficas:
ALLEN, Warren Dwight. Philosophies of Music History. A Study of General Histories of Music 1600-1960.  New York, Dover, 1962. 
CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. Campinas: Papirus Editora, 1995.
HOBSBAWM, Eric J.  Historia Social do Jazz, Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1990 [1959].
LOWENTHAL, David. El pasado es un país extraño. Madrid: Akal, 1998 [1985].
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Unicamp, 2010.
5) Música e Política
Coordenadores: Tânia Garcia (Universidade Estadual Paulista, São Paulo, Brasil) y Adalberto Paranhos (Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, y Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil)
Correios eletrônicos: garcosta@uol.com.br y akparanhos@uol.com.br
A discussão sobre o significado e as funções políticas da música popular sempre foi objeto de controvérsias, se levarmos em conta a pluralidade de papeis que ela desempenha historicamente. Veiculada pelos meios de comunicação de massa, presente intensamente no nosso cotidiano, ao exprimir visões de mundo as mais diversas e mobilizar diferentes tipos de escuta, a canção se converteu numa fonte privilegiada para o estudo político das sociedades modernas.
Nem sempre, contudo, a relação entre música e política se dá a perceber de forma clara. A primeira dificuldade consiste em assinalar que, muitas vezes, os vínculos que prendem uma a outra não são explícitos como, por exemplo, numa canção de protesto ou de celebração de regimes institucionalmente constituídos. Os elos que as aproximam são, com frequência, indiretos, como se pode constatar em casos em que o próprio registro instrumental de uma composição é capaz de suscitar reações por se valer de códigos ou de instrumentos musicais que quebram uma dada ordem sonora estabelecida.
Tradicionalmente, como evidenciam os autores clássicos das Ciências Sociais cujas obras datam do século XIX e princípios do século XX, o conceito de política foi atado aos aspectos institucionais, tomando o Estado como seu ponto de referência fundamental. Sem desconhecer tal realidade, no simpósio Música e Política serão aceitos trabalhos que associem o universo da música a essa visão stricto sensu da política.
Mas ele também se abre a um campo de largo espectro para a acolhida de propostas que cubram um repertório variado de temas que envolvam os domínios musical e político no seu sentido mais amplo. Do ponto de vista histórico, impõe-se reconhecer que, sob o influxo de novos acontecimentos e reelaborações teóricas – como as agitações que sacudiram distintas partes do planeta especialmente nos anos 60 e contribuições intelectuais de autores como Michel Foucault –, a política transbordou a bitola estreita em que foi encerrada por muito tempo. Assim, sem que fechemos os olhos para a macropolítica, a micropolítica cavou seu lugar e, a partir daí, passou-se a identificar a sua presença no cotidiano, onde quer que se manifestem relações de poder. Concebida nessa chave, a dimensão política lato sensu ganhou força, processando-se o deslocamento do seu ponto fixo e reconhecendo-se a politização do social. Daí que esta proposta de simpósio – sintonizada com as tendências que se afirmaram sobre tudo na segunda metade do século XX – não ignore os novos ventos trazidos por esse giro teórico.
É preciso, porém, considerar que o sentido político de uma obra musical não se restringe às intenções do artista que a produz. Obviamente, as opções estéticas e políticas expressas num artefato musical interferem na conservação ou transformação de certos valores e comportamentos que influenciam a maneira como nos situamos perante o mundo e como o representamos. Entretanto, uma vez oferecida ao público, a obra de arte está sujeita às mais diversificadas formas de apropriação, que, no limite, impulsionam uma dança dos sentidos dessa ou daquela canção.
Afinal, como afirma Stuart Hall, “o significado de um símbolo cultural é atribuído em parte pelo campo social ao qual está incorporado, pelas práticas às quais se articula e é chamado a ressoar” (Hall 2003: 258). Nesse sentido, o que importa, em última análise, não são os objetos culturais intrínseca ou historicamente determinados, mas o estado do jogo das relações culturais em meio a um campo de disputas e de poder.
Referências bibliográficas:
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003.
GARCIA, Tânia e TOMAS, Lia (org.). Música e política: um olhar transdisciplinar. São Paulo: Alameda, 2013.
PARANHOS, Adalberto. Os desafinados: sambas e bambas no “Estado Novo”. São Paulo: Intermeios/CNPq/Fapemig, 2015.
6) “Música e identidades regionales: transformaciones, contraposiciones y desafíos a las identidades nacionales latinoamericanas”
Coordenadoras: Ana Romaniuk (Universidad Nacional de Cuyo, IESH-Universidad Nacional de La Pampa) y María Luisa de la Garza (Centro de Estudios Superiores de México y Centroamérica, Universidad de Ciencias y Artes de Chiapas)
La propuesta de este simposio está orientada a establecer relaciones, en el ámbito de lo musical, entre construcciones identitarias regionales (sub y supra nacionales) y su vinculación con la construcción de las ideas de nación en los diferentes países de Latinoamérica. Partimos del supuesto de que muchos Estados han legitimado su organización política y social utilizando estrategias de homogeneización que, en el imaginario cultural, construyen la representación oficial de la nación. Dentro de este marco, en el que suponemos diversos grados de tensión entre representaciones hegemónicas y periféricas, proponemos pensar lo que Rita Segato, en la Introducción a La nación y sus otros: raza, etnicidad y diversidad religiosa en tiempos de políticas de la identidad llama la “formación nacional de la diversidad” en cada uno de nuestros países y, específicamente, las formas de resistencia –tanto de viejo como de nuevo cuño– de las “alteridades históricas”, es decir, de aquellos grupos sociales que se mantuvieron “otros” a pesar de las estrategias de unificación (Segato, 2007).
Invitamos a analizar los elementos musicales y extramusicales que operan como diferenciadores en la construcción, al interior de un país, de identidades no centrales o en la creación de músicas consideradas distintivas, las cuales, a su vez, pueden buscar participar también del espacio hegemónico central como una forma de certificar su legitimidad. Asimismo, invitamos a analizar los aspectos que los colectivos diaspóricos y la transnacionalidad modifican en los géneros históricamente construidos como representativos de cada nación.
Llamamos a abordar desde las prácticas musicales concretas hasta las construcciones que las musicologías han elaborado, pero nos gustaría particularmente propiciar un diálogo sobre un posible corpus teórico que ayude a pensar estas dinámicas de movilidad y arraigo.
¿Qué formas de comunidad se erigen frente a las identidades centrales? ¿Se trata de identidades regionales, étnicas, religiosas, lingüísticas, raciales o de otro tipo? ¿Qué estrategias de legitimación han puesto en marcha, y qué papel desempeña en ellas la música? ¿Qué instancias oficiales, civiles o empresariales se ocupan de preservar, recuperar, promover o recrear esas identidades que podríamos llamar “sediciosas”, y a qué tipo de argumentos musicales y extramusicales apelan? ¿Cómo se conjuga actualmente la producción de determinados materiales musicales con la producción de símbolos y de deseos? ¿Qué reconfiguraciones ha habido en el imaginario de lo nacional? ¿Han influido en él los exilios políticos y económicos? ¿Lo han hecho otros movimientos políticos internos?
Estas son algunas de las cuestiones que proponemos para debatir en el simposio, donde esperamos continuar el diálogo comenzado en el X Congreso sobre el papel que ha jugado, y juega, lo musical en procesos de construcción de identidades sociales que se oponen o desplazan a las identidades nacionales estereotípicas.
Referências bibliográficas:
Bhabha, Homi; “Narrando la nación”, en Álvaro Fernández Bravo (comp.), La invención de la nación. Lecturas de la identidad de Herder a Homi Bhabha, Manantial, Argentina, 2000, pp. 211-219.
Briones, Claudia (comp.); Cartografías Argentinas. Políticas indigenistas y formaciones provinciales de alteridad, Antropofagia, Buenos Aires, 2008.
Corti, Berenice; Jazz argentino. Música “negra” del país “blanco”, Gourmet Musical, Buenos Aires, 2014.
Pardue, Derek; “Los altos y bajos de la negritude entre los hip-hoppers brasileños: historia cultural e interpretación en la nación ‘más negra’ de América Latina”, en Mabel Moraña (ed.), Cultura y cambio social en América Latina, Iberoamericana, 2008, pp. 367-401.
Segato, Rita; “Introducción. Políticas de identidad, diferencia y formaciones nacionales de alteridad”, en La Nación y sus Otros, Prometeo Libros, Argentina, 2007, pp. 15-36.
7) “A obra dos compositores/criadores da música popular latino-americana sob o enfoque do hibridismo
Coordenadores: Paula Mesa (Facultad de Bellas Artes, Universidad Nacional de La Plata, Argentina) y Herom Vargas (Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Brasil)
Este simpósio tem como objetivo estudar as obras de músicos latino-americanos caracterizadas por pontes ou cruzamentos com outras músicas (erudita ou acadêmica, as étnicas, música experimental etc.). Interessa observar e analisar as características estilísticas e conceituais das obras de músicos, intérpretes e compositores da América Latina nas relações com o contexto cultural marcado pela hibridização. A longo prazo, projeta-se a construção de um panorama latino-americano que nos permita conhecer diferentes compositores/criadores e sua produção musical dentro do marco convencionalmente denominado de "fusão". Não há a intenção de discutir questões com enfoque exclusivamente biográfico, mas intentamos construir espaços analíticos em que a biografia e a cultura auxiliem na compreensão da obra do artista.
Rita Segato coloca o fato de que o local e o global não devem ser entendidos como espaços em tensão, mas em interação. Trata-se, então, "da interseção de duas estruturas: uma de circulação global de bens e grupos humanos por meio dos canais de um circuito estabelecido de poder e prestígio definido pelo diferencial de modernidade das nações, e outra marcada pela configuração local de alteridade, que opera como matriz receptora desses bens e grupos que ingressam no horizonte da Nação" (Segato 2007: p.186). A partir dessa ideia geradora, podemos analisar a produção de compositores/criadores latino-americanos a partir do ponto de vista da inter-relação entre o espaço local e espaço global? Como esses cruzamentos culturais influenciam o processo criativo de determinados compositores populares na América Latina?
Néstor García Canclini, por sua vez, pergunta sobre o que se pode entender como latinoamericanidade, e responde se referindo à existência de um espaço cultural muito heterogêneo. Segundo Canclini: "a latinoamericanidade foi uma construção híbrida, para a qual confluiram contribuições de países mediterrâneos da Europa, do indígena latimo-americano e das migrações africanas". Esse estado de hibridizações, fusões e cruzamentos define as diferentes culturas que tradicionalmente são consideradas como formadoras de nossa latinoamericanidade, com maiores ou menores percentagens de influência em nossos países.
Neste simposio interessa particularmente abordar:
  • As formas dos hibridismos na música popular latino-americana.
  • Alcances e limites dos termos fusão, hibridação, sincretismo e ecletismo no contexto da música popular latino-americana.
  • A análise
  • O compositor enquadrado no seu contexto biográfico, cultural e sociopolítico.

Referências bibliográficas:
BALDERRABANO, Sergio; GALLO, Alejandro; MESA, Paula. (2001). Un enfoque Sistémico del Componente Armónico Tonal. Trabajo de investigación desarrollado en el marco del Sistema de Incentivos de la UNLP.
GARCÍA CANCLINI, Néstor. 2002. Latinoamericanos buscando lugar en nuestro siglo. Buenos Aires: Paidós SAICF.
MENANTEAU, Álvaro. 2006. “Hacia una redefinición del término ‘fusión’”, fragmento de la ponencia presentada en el II Congreso de la Sociedad Chilena de Musicología. Disponible en https://jazzycultura.wordpress.com/2006/08/01/hacia-una-redefinicion-del-termino-fusion-por-alvaro-menanteau/
SEGATO, Rita. 2007. La nación y sus otros: raza, etnicidad y diversidad religiosa en tiempos de políticas de la identidad (Buenos Aires: Prometeo Libros).
VARGAS, Herom. 2007. Hibridismos musicais de Chico Science & Nação Zumbi. Cotia (SP): Ateliê Editorial.
8) “Jazz e outras músicas na América Latina: o jazz na encruzilhada”
Coordenadores: Berenice Corti (IIEt CABA, Universidad de Buenos Aires, Argentina); Alvaro Menanteau (Escuela Moderna de Chile); Miguel Vera Cifras (Radio Universidad de Chile y Universidad Alberto Hurtado) y Marilia Giller (Universidade Estadual do Paraná, Brasil)
Em nossos países, a discografia jazz das últimas décadas e a bibliografia recente que tem procurado acessar o fenômeno de cruzamentos do jazz com diversas músicas (“fusión criolla” en Menanteau 2003; “fusiones, hibridaciones y mezclas” en Corti 2009; “hibridismo” en Piedade 2011; “síntesis” en Delannoy 2012), nos convoca, em oportunidade da terceira edição do Simpósio Jazz na América Latina, para refletir sobre como se produzem estes fenômenos de modo particular na região. E também, de que forma estas discussões estão ligadas com outras provenientes do campo da etnomusicologia e ciências sociais ("transculturação" en Ortiz 1987; "fertilização/exposição" em Shepherd, 1982; "hibridismo" em Garcia Canclini, 1990).
Assim, aceita-se propostas escritas e de confluência do analítico com o performático musical, cujos eixos principais giram em torno de:
·         Discussões teóricas sobre cruzamentos do jazz com outras músicas da região.
·         Estudos de caso de práticas musicais, construção de gêneros locais e delimitação estilística.
·         Descrição e análise de cenas musicais que abrigam esses cruzamentos de maneira particular. Função social do jazz e do jazz fusion.
·         Questões de política estética vindas da prática musical. Política de representação e de identidade.
·         A improvisação como elemento constituiente de processos musicais  no  Jazz  e  suas possiveis transformações.
Serão contempladas outras propostas que não estejam em conformidade com esses eixos.
Referências bibliográficas:  
Corti, Berenice. 2009. “Fusiones, hibridaciones y mezclas en la música popular: Raza, Nación y Jazz Argentino”. Actas de la VIII Reunión de Antropología del Mercosur (RAM). Buenos Aires: UnSam/Idaes.
Delannoy, Luc. 2012. Convergencias. Encuentros y desencuentros en el jazz latino. México: FCE.
García Canclini, Néstor. 1990. Culturas híbridas: estrategias para entrar y salir de lamodernidad. México: Grijalbo.
Menanteau, Alvaro. 2003. “Hacia una redefinición del término ‘fusión’”, fragmento de la ponencia presentada en el II Congreso de la Sociedad Chilena de Musicología. Santiago: Purojazz. Disponible en https://jazzycultura.wordpress.com/2006/08/01/hacia-una-redefinicion-del-termino-fusion-por-alvaro-menanteau/
Ortiz, Fernando (1987). Contrapunteo cubano del tabaco y el azúcar. Caracas: María H. de Salcedo / Biblioteca Ayacucho.
Piedade, Acácio Tadeu de C., (2011) “Perseguindo fios da meada: pensamentos sobre hibridismo”, Revista Per Musi, n.23. Belo Horizonte: UFMG, pp. 103-112. Disponible en http://www.musica.ufmg.br/permusi/port/numeros/23/num23_cap_11.pdf
Shepherd, John (1982). “A theoretical model for the sociomusicological analysis of popular musics”. Popular Music, 2, pp. 145-177.
9) “Gênero, corpo e pós-colonialidade na música popular”
Coordenadoras: Isabel Nogueira (Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil), Laila Rosa (Universidade Federal da Bahia, Brasil) y Susan Campos Fonseca (Universidad de Costa Rica)
Este simpósio temático propõe um espaço de articulação entre estudos, experiências e produções em música popular sob as lentes dos estudos sobre gênero, feministas e queer pós-coloniais. A proposta surge de um desejo conjunto de compositoras e cantautoras feministas latino-americanas, também professoras e estudiosas do campo da música popular, etnomusicologia, educação musical, performance e musicologia. Estamos interessadas em trocar experiências que contribuam para fomentar e compreender enfrentamentos, articulações, experiências, processos criativos e subjetividades em música popular, bem como, fortalecer espaços para os estudos sobre música popular a partir das lentes das epistemologias feministas e queer pós-coloniais.
Nos pautamos por referências sobre o conceito de gênero como importante metáfora em música que é também corporificada – gendrificada e racializada (Cusick, 1994; Hisama, 2000; Rose, 2008). No Brasil, temos no livro Estudos de Gênero, Corpo e Música (Campos Fonseca e Nogueira, 2013), uma importante referência que rompe com o silenciamento sobre o tema no país, assim como representou anos atrás o livro Queering the Popular Pitch (Whiteley e Rycenga, 2006), que igualmente nos inspira. Nos apoiamos ainda na perspectiva poética, fronteiriça, lésbica e ao mesmo tempo “chicana” de Gloria Anzaldúa (2000). Seguimos também pelos passos de Ochy Curiel, de construção de um feminismo descolonizado (Curiel, 2010) para pensarmos sobre gênero, corpo, pós-colonialidade e música popular na América Latina, bem como, nas nossas próprias atuações no campo da música popular neste contexto. 
A temática das relações étnicorraciais e da branquitude tanto nas produções artísticas, como na produção de conhecimento sobre música popular é também um tema que prezamos para o nosso debate e que incentivamos para este simpósio (Sovik, 2009; Ware, 2004). Na perspectiva interseccional que articula gênero, identidade etnicorracial, sexualidades, geração, classe social, dentre outros marcadores sociais da diferença, compreendemos que estas são questões que estão presentes no campo da música popular e dos seus diversos trânsitos e discursos (Ochoa, 2002). Neste sentido, acolhemos desde relatos sobre processos criativos a abordagens de cunho mais teórico, compartilhamentos de experiências sobre performances, estudos sobre cenas, obras e, sobretudo, da busca por uma reescrita da história da música popular que inclua o protagonismo das mulheres enquanto artistas, compositoras, produtoras, gestoras e articuladoras culturais.
Referências bibliográficas:
Anzaldúa, Gloria. 2000. “Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo.” In: Revista Estudos Feminista, 8 (1o  semestre). Florianópolis: UFSC, pp. 229-236.
Curiel, Ochy. 2010. “Hacia La construcción de un feminismo descolonizado.” In: Miñoso, Yuderkys Espinosa (org.). Aproximaciones críticas a las prácticas teórico-políticas del feminismo latinoamericano. Vol I. Buenos Aires: En La Frontera, pp. 69-78.
Cusick, Suzanne. 1994. “Feminist Theory, Music Theory, and the Mind/Body Problem.” In: Perspectives of New Music.  Vol. 32, No. 1 (Winter). pp. 8-27. Disponível em: www.jstor.org/stable/833149.
Hisama, Ellie M. “Feminist Music Theory into the Millennium: A Personal History Author(s)”: Source: Signs, Vol. 25, No. 4, Feminisms at a Millennium (Summer, 2000), pp. 1287-1291. Disponível em http://www.jstor.org/stable/3175529.
Ochoa, Ana María. 2002.  “El desplazamiento de los discursos de autenticidad: una mirada desde la música”. In: Trans. Revista Transcultural de Música/Transcultural Music Review
#6 (2002).
Nogueira, Isabel Porto; Fonseca, Susan Campos (orgs.). 2013. Estudos de gênero, corpo e música: abordagens metodológicas. Goiânia / Porto Alegre: ANPPOM.
Rose, Tricia. 2008. The Hip Hop Wars: What We Talk When We Talk About Hip Hop – And Why It Matters. New York: Basic Books.
Sovik, Liv. 2009. Aqui ninguém é branco. Rio de Janeiro: Aeroplano.
Ware, Von (Org.). 2004. Branquidade: Identidade branca e multiculturalismo. Rio de Janeiro: Garamond.
Whiteley, Sheila; Rycenga, Jennifer. 2006. Queering the Popular Pitch. New York: Routledge.
10) Fazer e Aprender. As Performances de Gênero na e com a Música
Coordenadores: Thiago Soares (Universidade Federal de Pernambuco, Brasil), Mercedes Liska (Universidad de Buenos Aires, Argentina), Carolina Spataro (Universidad de Buenos Aires, Argentina) y Malvina Silva (Universidad de Buenos Aires, Argentina)
A questão do corpo sempre se fez presente nos estudos de música, sobretudo através do conceito de performance: a presentificação da execução musical, o “grão da voz”, a materialidade da encenação musical, o bios cênico, uma biografia que se constrói no ato performático musical. A performance  atravessa também aqueles que circulam pelos espaços musicais: frequentadores de festas, de shows, de circuitos culturais que encenam modos de habitar o mundo a partir de agenciamentos musicais. Temos, portanto, o conceito de performance e a materialidade dos corpos na música como aspectos a serem investigados pelos trabalhos neste simpósio a partir da chave dos estudos de gênero e de sexualidades.
Se pensarmos que os estudos de gênero pressupõem problematizações entre sexo, identidade e política (Butler, 2015), a ideia deste simpósio parte da tentativa de articulações entre música popular e estas instâncias. Indagamos, portanto, como masculinidades, feminilidades, “normalidades”, “estranhezas” (queers) são engendradas através de fenômenos musicais. Se pensarmos que a música é um importante dispositivo das teias sociais e culturais, é possível debatê-la através de uma certa lógica da pedagogia performática: músicas nos ensinam modos de agir, de enfrentar normas, subverter normas, construir espaços de singularidades. Como corpos de artistas, fruidores, fãs encenam problemas de gênero? De que forma as sexualidades são debatidas nos espaços narrativos das canções, dos lugares e das poéticas musicais?
Por que pensar a música através da premissa dos estudos de gênero é tão importante para se refletir sobre políticas de raça, de classes sociais, de gosto? Debater gênero sob a premissa das teias sociais significa incluir o debate de que “a sociabilidade que pertence à vida corporal, à vida sexual e ao ato de tornar-se um gênero (becoming gendered) (que é, num certo sentido, tornar-se gênero “para outros”) estabelece um campo de enrendamento ético que parece nos situar numa esfera de que como corpos, nós somos sempre algo mais, e algo outro, do que nós mesmos” (Butler 2004: 19) Ao mesmo tempo, se o gênero integra uma partilha social, que papel teria a música neste processo?
Referências bibliográficas:
BLÁZQUEZ, Gustavo. 2008. “Nosotros, Vosotros y Ellos: las poéticas de las masculinidades heterosexuales entre jóvenes cordobeses”. Portal de Recursos Educativos Abiertos (REA), en http://www.temoa.info/es/node/480875
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade. 4.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
BUTLER, Judith. Undoing Gender. New York: Routledge, 2004.
BUTLER, Judith. “Actos performativos y constitución del género: un ensayo sobre fenomenología y teoría feminista”. En: Sue-Ellen Case (ed.). Performing Feminisms: Feminist Critical Theory and Theatre. Johns Hopkins University Press, 1990, pp. 270-282.  
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I. 12.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
FRITH, Simon. Performing Rites: On the Value of Popular Music. London: Harvard University Press, 1996.
LOPEZ CANO, Rubén. 2008. Performatividad y narratividad musical en la construcción social de género. Una aplicación al Tango Queer, Timba, Reguetón y Sonideros. En: Gómez Muñiz, Rubén y Rubén López Cano (eds.), Músicas, ciudades redes: creación musical e interacción social. Salamanca, SIbE-Fundación Caja Duero.
11) A produção e o arranjo: composições estéticas, técnicas e sociais
Coordenadores: Frederico Machado de Barros (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil), Jonas Soares Lana (Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil) y Vassili Rivron (Université de Caen-Basse Normandie / Institut de Recherche en Informatique et Automatique, Francia)
Este simpósio propõe fazer convergir diferentes perspectivas sobre o trabalho de arranjadores, produtores e outros profissionais envolvidos na cadeia de realização de obras no universo das músicas populares na América Latina ao longo dos séculos XX e XXI. Engenheiro de som, orquestrador, parceiro de composição, produtor fonográfico e, antes disso, radiofônico, são alguns dos papéis desempenhados por esses profissionais que, por ofício, situam-se na encruzilhada de múltiplos universos musicais e culturais. Os estilos de arranjo e sonoridade das gravações, as estratégias estéticas e profissionais conexas, a articulação das lógicas artísticas e comerciais, entre outros temas, permitem lançar um olhar atento sobre as trajetórias e perfis socioculturais desses atores, bem como sobre os processos de produção artística e de significação das obras.
Cada projeto criativo é associado a configurações onde colaborações, relações de força, projeções e expectativas entram em jogo. Os processos de criação dos arranjadores e produtores são impactados por agenciamentos recíprocos e múltiplas interações com músicos, empresários, público, instrumentos, técnicos e técnicas de gravação, espaços, identidades de raça e gênero, equipamentos, repertórios, gêneros e estilos musicais e diversos outros elementos, formando longas e intrincadas redes de práticas, formas, referências, significados, objetos, sensibilidades, tradições e quaisquer outros elementos mobilizados nos processos de construção sociomusical. Seus trabalhos constituem, nesse sentido, uma forma de mediação cultural, um exercício de negociação e de troca entre diferentes mundos. Mais que isso, essas atividades, que envolvem desde a produção de arranjos orquestrais e head arrangements a remixes de música eletrônica e espetáculos de música pop, mobilizam um conjunto variado de aspectos e conhecimentos técnico-musicais: instrumentação e teoria musical, o domínio dos métodos de gravação digital e analógica, noções de marketing e visão de mercado, a capacidade de arregimentação e trabalho em grupo, ideias e propostas que norteiam as escolhas estéticas, entre outras.
O simpósio contempla, portanto, diferentes modos e estratégias pelas quais arranjadores e produtores mobilizam e empregam uma profusão de recursos e dispositivos e um conjunto de discursos e conceitos como “música”, “alta-fidelidade”, “low-tech”, “paisagem sonora” e “arte”, a fim de gerar, capturar, alterar/tratar e fixar sons que em última instância constituem a matéria-prima do fazer musical. Seus trabalhos se encontram entre o artístico e o artesanal; o acústico, o elétrico e o eletrônico; o nacional e o estrangeiro; entre o puro e o híbrido; a “música ligeira” ou “de dança” e a “grande arte”.
Referências bibliográficas:
Becker, Howard. Art Worlds. Berkeley, CA: University of California Press, 1982.
Moorefield, Virgil. The Producer as Composer: From the Illusion of Reality to the Reality of Illusion, 2nd ed. Cambridge, MA and London: MIT, 2010.
Niles, Richard. The Invisible Artist: Arrangers in Popular Music (1950-2000). Bloomington: Indiana University Press, 2014.
12) Alejo Carpentier e o estudo das paisagens (sonoras) midiáticas: de Visão da América à contemporaneidade
Coordenadoras: Marita Fornaro (Universidad de la República, Uruguay); Heloísa Valente (Universidade Paulista, Brasil) y Martha Ulhôa (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Brasil)
Alejo Carpentier escreveu os 29 ensaios que compõem Visão da América entre 1947 e 1957. Neles descreve suas viagens pela América Latina, destacando aspectos acerca das diversas culturas que configuravam a identidade do Continente. Podemos dizer que esse período que se intercala entre a publicação do livro e os dias atuais representam muito mais que um intervalo de 60 anos: Para além de novos costumes e formas de sensibilidade, vários dos países citados por Carpentier passaram por importantes transformações no cenário político tendo, como consequência imediata, o isolamento ou o emudecimento.

No que se refere a uma cultura midiática, é de se ressaltar que a época sobre a qual Carpentier escreve seus relatos, testemunha o cotidiano dos países, em que o rádio e o cinema eram as mídias dominantes. Hoje, sabemos, as fronteiras geofísicas estão circunscritas ao alcance dos aparatos tecnológicos e suas redes. Assim, para além da expansão das fronteiras do território percorrido e relatado por Carpentier – adotado, aqui, como inspiração, – este simpósio acolherá contribuições que tratem tanto das representações da identidade musical latino-americana, quanto de suas paisagens sonoras, seus repertórios e respectivos modos de transmissão, de maneira a constituir a memória (não apenas musical, mas cultural).
Referências bibliográficas:
Carpentier, Alejo. Visão da América. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
Schafer, R. Murray: A afinação do mundo. São Paulo: Editora da Unesp, 2001.
Zumthor, Paul: Performance, recepção, leitura. São Paulo: Cosac & Naify, 2014



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